Diagnóstico, prognóstico e tratamento da adenomiose
Especialistas afirmam claramente a importância e obrigatoriedade do tratamento individualizado da adenomiose. No passado, ciclos curtos e irregulares em mulheres com idade entre 35 e 50 anos eram os fatores de risco apontados no diagnóstico de pacientes com adenomiose.
Atualmente, a frequência do diagnóstico de adenomiose aumentou em mulheres jovens com menos de trinta anos, em parte dos casos em mulheres que desejam engravidar tendo que consequentemente consultar clínicas de infertilidade.
Por essa razão, a importância de um tratamento individualizado bem como a definição pré-operatória adequada em conjunto com a paciente, visto que em mulheres que desejam a gravidez, por exemplo, e precisam preservar sua fertilidade, é importante considerar a seleção de um tratamento de fertilização in vitro ou a cirurgia conservadora que poupa o útero.
De acordo com o estudo realizado pelo dr Errico Zupi publicado através do site da Endofound, a cirurgia conservadora do útero, por exemplo, é útil em mulheres com adenomiose que apresentaram falhas no tratamento de fertilização in vitro, especialmente antes dos 39 anos. Já nos resultados de fertilidade em mulheres com mais de 40 anos não foram apontados benefícios claros da cirurgia. O trabalho científico esclarece que a remoção da adenomiose consiste na excisão radical da adenomiose e reconstrução do útero, e que resultou em uma redução dramática dos sintomas.
Ainda de acordo com a pesquisa, o risco de ruptura uterina devido à gravidez após retirada da adenomiose é quatro vezes maior quando comparada à cirurgia para miomectomia. Outra observação refere-se à ablação endometrial por histeroscopia que tem se mostrado bem-sucedida no tratamento de sangramento excessivo anormal em mulheres com adenomiose. A cirurgia de Ultrassom Focado de Alta Intensidade (HIFU) guiada por Ressonância magnética é outra opção mais aceita pelo paciente, mas não há dados suficientes para serem considerados na conclusão final.
Outra importante consideração, refere-se à complicações relacionadas à adenomiose como ruptura prematura de membrana, parto prematuro, pré-eclâmpsia e hemorragias pós-parto, são possíveis resultados obstétricos da doença.
Ainda em termos de tratamento, como opção alternativa e não cirúrgica, a embolização arterial uterina para tratamento de miomas uterinos foi apontada como eficaz também na adenomiose, especialmente em mulheres sintomáticas em idade fértil na presença de útero volumoso com adenomiose difusa, no entanto, não recomendado para pacientes que desejam uma gravidez a longo prazo. Em termos de terapia medicamentosa clássica, o estudo menciona o uso de progestágenos como Acetato de Medroxiprogesterona via oral que podem ter efeitos colaterais como acne e edema, o acetato de noretisterona / via vaginal que pode melhorar progressivamente com maior tempo de uso e, ainda uma terceira opção é colocar o DIU, dispositivo intrauterino coberto com progesterona.
A pesquisa revela que 65% das mulheres com adenomiose apresentam sintomas clínicos de sangramento uterino anormal e dismenorreia. Inclusive, a adenomiose foi declarada pelo grupo FIGO (The International Federation of Gynecology and Obstetrics) como uma doença responsável pelo sangramento uterino anormal. Além disso, essa doença pode ser observada em 40 a 70% dos diagnósticos com endometriose e 35 a 55% em diagnósticos de mioma uterino, que também tem como sintoma, clinicamente diferente, o sangramento uterino.
Artigo livremente traduzido por Vanessa Souza, voluntária de comunicação da Amo Acalentar e pós-graduanda em Comunicação Institucional.
Fontes: Endofound.org, Endonews, Opas.Org